3.11.11

"Meu pai, aquele engraçadão!"

Ontem me deparei com uma garotinha que não passava dos 7 anos de idade, mas muito expressiva e de uma inteligência ímpar. Pena que sua esperteza era daquelas dadas pela vida. A prova disso foram suas palavras quando alguém que estava comigo perguntou onde estavam seus pais. “Minha mãe está muito mal! Não sei até quando ela vai aguentar! Trabalha o dia todo, mas quando eu choro ela fica em casa comigo!” E o seu pai? O rostinho dela se transformou: “Meu pai?! Aquele engraçadão! Não sei dele! Sumiu e não paga minha pensão...” e ela continuou resmungando mais algumas palavras ininteligíveis do alto da sua meninice diante daquele grupo de adultos que se sentiu pequeno diante de um desabafo infantil com pitadas de amadurecimento precoce.

As reflexões são tantas e vão muito além de pais que deixam de pagar pensão, mas os efeitos que a ausência dessa relação pais e filhos provocam, levando a feridas quase incuráveis e debilidades emocionais. Nesse sentido, pensei também na mãe e não a culpo pela acidez das palavras que ela cospe toda vez que sente raiva do ‘pai engraçadão’! O problema é que não se pode subestimar o valor e papel que os exemplos ainda exercem na vida das pessoas, principalmente das crianças e o quanto certos hábitos são passados de geração em geração. levando a uma rotina inquebrável!

Imediatamente lembrei-me desse curta que retrata de forma docemente triste alguns aspectos negativos que um círculo vicioso produziu devido principalmente a problemas sociais e econômicos.



Um comentário:

Prisci disse...

É latente o desejo, de sair do mesmo ciclo que sua familia, a qual se ama, passou de geração pra geração, sem educação não se vai adiante... Amei a iniciativa do Curta, parabens a produção e direção!

E obrigada Daya pela realidade, mesmo poetica, de seu texto!

Prisci