17.3.08

Mito do amor sem dor

Folhas escritas pelo quarto... lembranças na gaveta... a música da novela me lembra você. O casal não! Pois eles são felizes... mesmo lutando por um encontro... o final perfeito acontece apenas no imaginário, no nosso imaginário. Já no meu real lendário nada mais resta só saudades... das verdades não ditas e da eterna conquista.
No poema não lido tinha o segredo, o abrigo contra o perigo de não te ter e de correr para outros braços em busca do abraço, querendo o acompanhar de pés descalços. É o mito do amor sem dor, que perde o valor no momento em que a lágrima mostra o vazio de uma noite sem sentido, da ausência incompreendida, de um dia infindável.
Como negar as aparências? Dizer que não sinto meu corpo inclinar-se em sua direção? Fingir que está tudo sob controle se a bagunça tem sido parte do meu dia, parte da minha vida? Negar o descontrole de um sentimento que mesmo na sua ausência aumenta sem pudor, mostrando o ardor da incompreensão, da falta da razão e do perdão?
Desejo proclamar um amor sem conta, que não se importa de ir numa manhã buscar a flor de prata, que não meça o preço e não tenha medo do endereço da felicidade... buscando-a sem mistura... vivendo a aventura da eterna ventura de me fazer feliz.

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